23 Jul
23Jul

Por Daniel Christian Henrique

O ano de 2020 prometia ser o ano do IPO (Oferta Pública Inicial) na B3, mas refreado pela pandemia. Retomado o patamar de pontuação da B3, outra varejista desponta em altas de suas cotações, a farmacêutica Profarma (PFRM3). O seu maior diferencial para ascensão nas últimas semanas na bolsa de valores, todavia, foi a protocolação no dia 08 de julho de um IPO de sua controlada d1000 Varejo Farma Participações, com valor aproximado de R$400 milhões. A companhia é detentora das marcas varejistas Farmalife, Drogarias Tamoio e Drogasmil. 

Como pode ser visto no gráfico abaixo, desde um mês antes da protocolação, exatamente em 09 de junho, a média móvel de 21 dias (em amarelo) das cotações da PRFM3 cruza de baixo para cima a sua média móvel de 42 dias (em verde), indicando reversão de tendência para alta, saindo de sua movimentação quase lateral e formando um canal ascendente, confirmado por aumento do volume de negociações e reingresso na região do sobrecomprado do Índice de Força Relativa (IFR). No dia da protocolação IPO, 08 de julho, há nova forte alta, novamente confirmado pelo volume e região do sobrecomprado. Finalmente, no dia 17 de julho o conselho de administração confirma a realização do IPO da d1000, gerando um salto de 10,3% logo no período da manhã nos papéis da Profarma, estourando o canal e duplicando seu volume de negociação. Passado o momento, as cotações reingressam no canal e o IFR retorna a região do sobrevendido.

Fonte: Economatica (2020)

Tomando como referência uma projeção pela técnica exponencial de Holt para as próximas duas semanas, pode-se notar que as previsões das cotações mantêm-se dentro do canal formado, porém ultrapassando-as em seus níveis de confiança de 80% e 95%.

Quanto aos valores preditos, ainda pode-se denotar sua acurácia ao obter um valor de p-value igual a 0,2847 no teste Ljung-Box, assim como observar a existência de resíduos aleatórios, confirmados pelos gráficos ACF. O momento, todavia, necessita de constante acompanhamento das movimentações de seus valores, visto que os investidores podem estar com excesso de confiança (Efeito Overconfidence), em consequência das recentes valorizações das cotações acompanhadas de aumentos dos volumes de negociação.


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