22 Jun
22Jun

Por Daniel Christian Henrique

Esqueceu ou não quer mais?

E os bancos passaram o mês de junho ainda aguardando o resgate de um total de R$ 7,07 bilhões "abandonados" nos bancos. O resgate ainda é possível devido ao programa criado pelo Banco Central chamado SRV - Sistema de Resgate de Valores a Receber. Deste total, R$ 5,7 bilhões são de aproximadamente 36 mil pessoas físicas. Outros R$ 1,3 bilhão pertencem a 2,7 mil CNPJs (Seu Dinheiro).

Saldo PIS/PASEP  a disposição

Falando em saldos a sacar nos bancos, outros que estão disponíveis com seus valores atualizados em junho foram as cotas do PIS/PASEP. Trabalhadores com recursos nestas cotas podem sacar até 5 de agosto, assim como optar pelo recebimento através do aplicativo FGTS. No total, está disponível para saque o valor de R$ 25,4 bilhões para um total de 10,5 milhões de trabalhadores. Provavelmente este saque não ficará amplamente esquecido até seu prazo final (Exame Invest).

Desenrola já desenrolou

Enquanto tem gente que está enrolando para pegar seu dinheiro disponível no banco, tem muita gente precisando de ajuda financeira para quitar suas dívidas. E em junho foi aprovado por Medida Provisório o programa Desenrola para ajudar parte da população a quitar suas dívidas inscritas no Serasa e SPC Brasil, relativas a valores que não passem dos R$ 5.000,00. Para quem tem dívidas de até R$ 100,00, simplesmente serão desnegativados (Serasa).

A troca de jab na "luta" continua: Selic mantida a 13,75% na reunião de junho

O Copom não quer saber de muita conversa não. Mesmo com toda pressão política e do mercado, não se intimidou e deu mais um jab com a manutenção da Selic em 13,75% na última reunião de junho. Havia uma forte perspectiva do início do ciclo de baixa já nesta reunião, frente a aprovação da versão final do arcabouço fiscal. Porém, deixou sinalização que em agosto são águas diferentes, pode baixar sim (MoneyTimes). Mas o governo não parece disposto a esperas muito prolongadas e rebateu com outro jab: pediu explicações públicas do BC direto à população, assim como membros do partido governista protocolaram pedido oficial de afastamento do presidente do BC (SBT News; Jornal da Paraíba).

O inesperado... gasolina baixou novamente

Mês passado houve redução do preço dos combustíveis pela Petrobras, chegando levemente aos consumidores. Mas já reonerando em começo de junho com o ICMS e retomando as altas dos preços (GPFA). Inesperadamente, a empresa faz novo corte em junho, reduzindo R$ 0,13 no litro da gasolina para as distribuidoras. A expectativa ainda é que ao consumidor final chegasse até a R$ 5,33. Demais combustíveis continuaram com os mesmo valores (Correio Braziliense).

IPCA-15 desacelera, com puxão dos carros e combustíveis

Apesar da redução dos subsídios temporários aos preços dos carros ainda estarem muito longe de realmente os tornarem populares, ao menos contribuiu para retrair o IPCA, junto às baixas inesperadas dos combustíveis ofertados pela Petrobrás. Resultado: o índice subiu apenas 0,04%. O recuo do grupo de alimentos e bebidas foi outro fator que também ajudou na desaceleração do IPCA (InfoMoney (b)).

IGP-M em deflação histórica

E o IGP-M já vinha acumulando deflação, e com a baixa dos combustíveis do mês foi dado o chute final para lançar o índice na maior deflação de sua série histórica com a queda de 1,93% em junho, acumulando em 12 meses uma deflação de 6,86% (Forbes).

Americanas: o rombo financeiro dobrou

Em junho foi divulgado o relatório que informa o real buraco em que a empresa se meteu, ou seja, seu rombo financeiro decorrido de seus lançamentos contábeis com fornecedores: R$ 45 bilhões. Simplesmente mais que o dobro do divulgado em fevereiro... Foi realizado por um comitê independente contratado pela própria empresa (Band).

S&P ficou mais confiante no Brasil, mas não muito...

Ratings da Standard and Poor's (S&P), Moody's e Fitch são sempre vistos e analisados pelos países e mercados. Então não tem jeito: se um país quer atrair investimento externo, melhor não descambar nestas classificações de riscos. Eles têm problemas? Sim. Os bancos que afundaram o mundo em uma crise financeira mundial em 2008 eram top nestas classificações. Talvez devessem fazer o rating dos ratings, rs. Mas enquanto isso não surge, o que se sabe é que em junho a S&P melhorou a perspectiva do rating soberano do Brasil, passando de estável para positivo. Nota mesmo não aumentou! Mas veio a ser uma sinalização para aumentos futuros. A melhora reportou um reflexo principalmente da ausência de retrocessos econômicos até o momento. Até há pouco a perspectiva deles de que a economia brasileira fosse ladeira abaixo era forte (InfoMoney (a))

Previsão do PIB cresce, com puxão da soja

"Tá chovendo soja", seria a melhor expressão para o momento. O último boletim Focus estimou aumento do PIB em 2023 para o Brasil, chegando a 2,10%. A produção de soja foi a responsável por 22% desse crescimento (0,5%), puxado por uma produção recorde neste ano. Consequentemente, essa commodity tem sido o carro chefe do agronegócio também (SNA). É muita soja! 

Estudos da FGV, todavia, ficam ressabiados ao indicar que esse volume imenso de produção agro é centrada demasiadamente na produção de soja das regiões Sul e Centro-Oeste, indicando a precariedade desse crescimento e que aprofunda a desigualdade com o norte e nordeste (SNA).

Café concentrado

Não, não estamos nos referindo a algum tipo de café forte. Mas sim de outra centralidade agro de produção nacional, mas agora do café. Apesar da cultura cafeeira estar espalhada nas 5 regiões do país, o Sudeste tem forte concentração desta produção, obtendo até o momento simplesmente 88,4% do faturamento do ano (até junho) destas lavouras. Portanto, arrematou R$ 45,54 bilhões. Demais regiões: Nordeste com 5%; Norte, 4,2%; Sul, 1,4%, e Centro-Oeste somando apenas 1% (Embrapa).

Gás dispara novamente... na Europa

Passada a principal crise do gás com fortes altas sofridas ano passado com a escassez gerada pela guerra na Ucrânia, o preço foi se estabilizando. Mas junho destoou outra forte alta. O culpado: o calorento verão europeu que se avizinha. Junho registrou alta de 20%, com elevações durante a semana que bateram os 38,25% - equivalente ao auge registrado na crise da guerra (Jornal de Negócios).

Referências: Band, Correio Braziliense, Embrapa, Exame Invest, Forbes, InfoMoney (a), InfoMoney (b), Jornal de Negócios, Jornal da Paraíba, Seu Dinheiro, MoneyTimes, Serasa, SBT News, SNA.

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