30 Nov
30Nov

Por Daniel Christian Henrique

Ibov se superou: maior alta em 3 anos

O mês de novembro marcou a maior alta mensal do Ibov dos últimos três anos, aportando ganhos de 12,54%. As causas foram, principalmente: a redução das taxas dos títulos norte-americanos (Treasuries) - atraindo investimentos de risco ao redor do mundo) e acompanhamento da maiores altas do ano no mercado americano (Dow Jones com alta de 8,8%, S&P com alta de 8,9% e Nasdaq com ganhos de 10,7%) e o contínuo da expectativa de reduções da Selic, . Foi uma reviravolta em relação a outubro, quando caiu -2,5% frente a aversão global ao risco do mês e com Tesouro Direto aumentando consideravelmente o número de títulos vendidos (vinculados a Selic) (E-Investidor, Inteligência Financeira, Seu Dinheiro, Valor Econômico)

Mas... IPO em crise

Tá, Ibov foi bem, mas as empresas novatas na B3 estão no jogo? Quando a Selic desabou para 2% na pandemia, muitos investidores passaram a se arriscar na bolsa, afinal a renda fixa estava pífia. Assim, com a nova onda do momento, empresas que nem sonhavam com B3 ingressaram com pedidos de IPO, batendo o recorde de pedidos de abertura de capital. No total, 49 IPOs. Resultado 1, hoje: só 9 tiveram lucros e ainda perderam para o próprio Ibov. Fica pior: com a Selic indo lá para a casa do chapéu, hoje ainda em 12,25%, muitos regrediram aos ganhos fixos e permanecem receosos de tirá-los para voltar a se arriscar no mercado financeiro, frente ainda a muita cautela pelas empresas e investidores às incertezas externas que afetam diretamente as bolsas no mundo. Resultado 2: completam-se dois anos que nenhum IPO é aberto no país, a maior crise desde os anos 1997 (Money Times).

Talvez este ânimo com a baixa das taxas Treasuries, contando adicionalmente com futuras baixas da Selic, sejam o fôlego necessário para retomar também o crescimento dos ganhos das novatas.

Dívidas no cartão de crédito: supermercados lideram

O Serasa divulgou em meados de novembro sua pesquisa de comportamento e endividamento do brasileiro referente ao ano de 2023. Conclusões: 59% das dívidas dos brasileiros são com supermercados, seguido por 49% com roupas, calçados e eletrodomésticos, e em terceiro lugar com 37% aparecem remédios e tratamentos médicos. Do total de endividados do país, 55% incluem o cartão de crédito (TV Cultura).

Apesar das dívidas, há esperança! Literalmente. A mesma pesquisa destacou o aumento da expectativa dos endividados em pagar suas dívidas, contabilizando um aumento de quatro pontos percentuais no Índice de Esperança dos Endividados.

IPCA-15 de novembro

A prévia da inflação de novembro apontam um inversão no grupo de alimentos, sendo agora um dos responsáveis pela alta de 0,33% na inflação prevista para o período (nos cinco meses anteriores vinha acumulando baixas este segmento). Por outro lado, o grupo de Transportes, em especial o subitem Passagens Aéreas (alta de 19,03%), continua liderando as altas. Combustíveis caíram novamente também, em -2,11% (gasolina, etanol e gás veicular), exceto o diesel que elevou 1,12% (IBGE).

O embate do mês: a desoneração da folha de pagamentos

Em outubro o senado havia aprovado a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027 para 17 setores da economia de alta empregabilidade. Chegou novembro, e o Projeto de Lei foi vetado pelo presidente da república. O senado promete dar o troco e derrubar o veto até fim do ano (Senado Notícias).

Lei municipal para cobranças indevidas foi criada por IA

De forma inédita no mundo, uma lei foi redigida integralmente por Inteligência Artificial, via uso do ChatGPT por um vereador de Porto Alegre, foi aprovada por unanimidade neste mês de novembro. Mas somente depois de sancionada o vereador revelou a origem do texto feita por IA! Trata-se de uma lei que isenta a população de cobrança sobre substituição do medidor de consumo de água, caso o mesmo seja roubado (SBT News). 

Previsão do tempo com IA: o caminho para evitar-se perdas milionárias

E com as mudanças climáticas, uma eficaz previsão do tempo pode ajudar a evitar perdas de milhões para os cidadãos, empresas e agricultores (como tem ocorrido atualmente com frequência). A empresa DeepMind criou o GraphCast com uso da IA, treinado com todos os dados climáticos dos últimos 39 anos. Em teste na Europa nos últimos meses, das 1.380 previsões feitas, acertou 90% a mais que o sistema antigo até este mês de novembro (O Estado de S. Paulo). O Brasil como um dos líderes mundiais do agronegócio e de porte continental com vários climas no mesmo país (em mudanças radicais), se beneficiará imensamente desta tecnologia. Será literalmente a "salvação da lavoura". É a IA a serviço do bem estar e das finanças da população e do país. Basta saber usar corretamente a IA!

Guerra por petróleo na vizinhança do Brasil?

Se os constantes noticiários de guerras do outro lado do mundo parecem pouco próximos de acontecerem na realidade da América do Sul, as coisas infelizmente podem mudar... Uma tensão territorial entre Venezuela e Guiana que já dura séculos (desde a época colonial) pode gerar uma escalada no conflito e até mesmo uma guerra... O motivo é uma região que vai até o Rio Esequibo, altamente rica em petróleo. A Venezuela já convocou um referendo nacional para decisão da população se anexa ou não a região, enquanto a Guiana se adianta e foi até as Cortes Internacionais de Justiça. O que acontecerá depois do dia 03? O Itamaraty está de olho, enquanto o Ministério da Defesa já mandou reforços para sua fronteira com os países envolvidos (InfoMoney, Exame)

Taxação dos "super-ricos" na mira

Hoje, os fundos exclusivos (um ou poucos cotistas) e de offshore (no exterior) são tributados apenas no resgate (chegando a passar por gerações sem tributar). Para mudar isso um PL já tramitado na câmara foi aprovado sem modificações pelo senado. Pretende-se que fundos offshore sejam tributados a 15% sobre seus rendimentos e fundos exclusivos nos ganhos acumulados semestralmente (sistemas "come-cotas") a 15% nos de longo prazo e 20% nos de curto prazo. Segue agora para sansão ou veto da presidência da república (Correio Braziliense).

Desemprego segue caindo

Dados da Pnad (Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios) divulgados no fim de novembro indicam que o desemprego caiu para 7,6% no trimestre encerrado em outubro, o menor nível desde 2015. A coordenadora da pesquisa ainda complementa que aditivamente houve também ganho qualitativo com aumento da formalidade (mas ainda em patamares baixos) e da renda dos trabalhadores (Forbes).

Referências: Correio Braziliense (30/11/23), E-Investidor, Exame, Forbes, IBGE, InfoMoney, Inteligência Financeira, Money Times, TV Cultura, O Estado de S. Paulo (18/11/23), SBT News, Senado Notícias, Seu Dinheiro

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