03 May
03May

Petróleo assustado

Infelizmente, nos tempos atuais, já não vem sendo mais novidade isso: o petróleo assustou, elevando seu preço, mas acalmou em sequência. O motivo, novamente o mesmo: uma potencial escalada de guerra. Desta vez, no oriente médio, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, com o ataque de drones do Irã a Israel. De imediato há uma forte elevação do barril brent, chegando a US$ 92,18. Com a diminuição das tensões ao longo das semanas, o barril regride, fechando o mês em US$ 87,86 (Investing.com, Band News TV).

Câmbio dispara

Enquanto se aproximava o final de abril, as tensões sobre a reunião do Federal Reserve (FED) e a possível manutenção das ainda elevadas taxas de juros norte-americanas iam moldando os dados do mercado e consequente manutenção da fuga dos investidores estrangeiros do Brasil. Somado ao expressivo valor da empregabilidade nos EUA e elevação das treasuries, o dólar fechou o mês na sua maior alta desde agosto do ano passado, em R$ 5,19, equivalente a ganhos de 3,53% (Isto É, Valor Econômico).

Tudo gera consequências 1: Ibov e fortes baixas de 5 ações

Os juros norte-americanos ainda em alta somado a forte elevação do dólar impactou algumas empresas mais acentuadamente: CVC, Azul, Magazine Luiza, Grupo Soma e Arezzo, com quedas em suas ações entre 20% a 30%. Com a recuperação do brent ao longo do mês, a Petrobrás salvou um pouco a lavoura, ou melhor, a B3. A PETR3 subiu 18,65% e a PETR4, 15,57%. Mesmo assim, o Ibov teve uma baixa em abril de 1,7%, mas que seria mais acentuada caso a petroleira não obtivesse esses ganhos mais significativos (Infomoney(a)). 

Previsto e Realizado: FED não dá trégua

As tensões sobre a reunião do FED não foram em vão: o clima ficou no ar quando o comitê decidiu de forma unânime manter a taxa de juros norte-americana, mais uma vez, na banda entre 5,25% e 5,50%. A justificativa foi o distanciamento da meta de 2% para a inflação, que vem sendo pressionada pelos salários elevados e alta defasada dos combustíveis no país (Inteligência Financeira, BM&C News).

Tudo gera consequências 2: Copom na espreita do FED

Após o anuncio da manutenção dos patamares ainda elevados dos juros na gringa, o próprio FED anunciou que possíveis reduções foram prorrogadas de julho para dezembro. E o problema bateu na porta do Banco Central (BC): as previsões da manutenção do patamar de novas reduções de 0,5 p.p. da Selic que vinha se consolidando nas últimas reuniões do Copom foi por água abaixo... agora há estimativas de apenas 0,25 p.p. de redução nas próximas rodadas - mesmo com a prévia do IPCA se comportando bem em abril (0,21%) (Infomoney (b), Exame(b)).

"Toma Lá, Dá Cá" 2: desoneração fiscal gera novo embate

Em março, legislativo e executivo pareciam terem cedido e chegado a um meio termo sobre a desoneração fiscal com a discussão de um Projeto de Lei (PL).  Só parecia. Em abril o "novo seriado em streaming" do Planalto divulgou seu novo capítulo com um novo round entre as partes. E foi outro "toma lá, dá cá": o governo judicializou a decisão do congresso e do senado, levando para o STF seu protesto. O colegiado do supremo acatou e suspendeu a desoneração fiscal da folha de pagamentos aos 17 setores de maior empregabilidade da economia. Claro, a chiadeira do empresariado foi geral. Do outro lado, o senado deu o troco e protocolou recurso no próprio STF para retomar a desoneração (STF (a), STF(b), Gazeta do Povo). E, mais uma vez, neste começo de maio, tenta-se um meio termo: há tentativas de negociações e conversas do governo com o congresso para acharem meios de evitar demissões massivas caso vingue o término das desonerações (Record News, BM&C News).

Estamos em Greve!

Em começo de abril iniciou uma ampla greve de servidores federais das universidades, Ibama e CMBio (Agência Brasil). O pedido é de reestruturação das carreiras e recomposição salarial. Apesar de algumas negociações, não houve acordos efetivos até o fim do mês.

Vem aí um "SuperPet"

E a pandemia continua gerando suas consequências, inclusive nos mercados. A explosão de adoção de pets nos anos de enclausuramentos pandêmicos fizeram superaquecer o segmento. Desde então, Cobasi e Petz, as duas gigantes do setor, vinham namorando uma fusão. Enfim, após muita enrolação, virou casamento neste mês de abril, gerando uma empresa de valor igual a R$ 7 bilhões. A ideia é otimizar as expansões sem sobreposição: com a Cobasi focando no atendimento em lojas e Petz no mundo online e nos sistemas. (Exame(a)). Deviam mudar o nome da empresa para "SuperPet".

Referências: Agência Brasil, Band News TV, BM&C News, Exame(a), Exame(b), Gazeta do Povo, Infomoney(a), Infomoney(b), Inteligência Financeira, Investing.com, Isto É, Valor Econômico, STF(a), STF(b)

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